XVIII Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

TROMBOSE TARDIA DE STENT COMO CAUSA DE INFARTO COM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST NO PERIOPERATORIO: RELATO DE CASO COM TRATAMENTO CLINICO COMO OPÇAO TERAPEUTICA

Introdução

Trombose de stent é uma entidade temida mas rara após uso da dupla antiagregação plaquetária, sendo mais frequente no primeiro ano após angioplastia com taxas que variam de 0,6% a 3,4%. As apresentações clínicas mais comuns são morte súbita (20% a 40%), infarto do miocárdio (50% a 70%) ou necessidade de nova revascularização. Apresentamos um caso de trombose de stent muito tardia (após 1 ano da angioplastia) relacionada à suspensão da antiagregação plaquetária para realização de procedimento invasivo. Nesse caso, foi optado por tratamento clínico conservador da trombose de stent.

Material e Método

Relato

Resultados

Paciente feminina, 71 anos, com antecedente de angioplastia com implante de cinco stents farmacológicos em vigência de quadro de síndrome coronariana aguda sem supra de ST (abril de 2019) e tabagismo ativo, internou eletivamente em agosto de 2021 para realização de colonoscopia e endoscopia para programação de hemicolectomia por doença diverticular.  Havia suspenso aspirina cinco dias antes do procedimento conforme orientação médica. Durante a sedação, apresentou precordialgia típica, intensidade 9/10, sem instabilidade hemodinâmica. Realizado eletrocardiograma que evidenciou supradesnivelamento do segmento ST de V3 a V6 e DII, DIII, AVF. Encaminhada, assim, para realização de cineangiocoronáriografia de urgência que evidenciou imagem negativa compatível com trombo intrastent localizado na bifurcação da descendente anterior com a segunda diagonal, entretanto com fluxo distal preservado em ambos os vasos. Demais stents localizados na circunflexa e coronária direita sem lesões obstrutivas. Feita hipótese de infarto tipo IV por trombose de stent, optado pela equipe por tratamento conservador com anticoagulação plena com enoxaparina e dupla antiagregação plaquetária com AAS e clopidogrel. Paciente evolui estável. Submetida a novo estudo angiográfico de controle 3 dias após o evento que demonstrou ausência de trombos. Apresentou melhora clínica, evoluindo com alta hospitalar com dupla antiagregação plaquetária. O procedimento cirúrgico foi, assim, postergado para um segundo momento.

Discussão e Conclusões

O caso apresentado ilustra uma paciente com antecedente de angioplastia e infarto que evoluiu com trombose muito tardia intrastent (mais de 2 anos) após suspensão da antigregração plaquetária. Apesar de raro, a trombose de stent muito tardia pode ocorrer, com apresentação clínica dramática e o uso de AAS é seguro para maior parte dos procedimentos. Em casos como descrito, o tratamento conservador é uma opção terapêutica.

Palavras Chave

Trombose de Stent

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - São Paulo - Brasil

Autores

JOAO DE AZEVEDO, CAIO MENEZES MACHADO DE MENDONÇA, FABIANA HANNA RACHED, SOFIA LAGUDIS, HENRIQUE TROMBINI PINESI, CARLOS VICENTE SERRANO JR